Goleiros com mais defesas na Copa América

Ao longo de sua trajetória, a Copa América teve goleiros históricos, alguns deles se credenciando como os goleiros com mais defesas na Copa América, competição continental que neste ano de 2024 será realizada nos EUA. 

Jogadores históricos como o lendário goleiro brasileiro Taffarel, o bicampeão chileno Claudio Bravo, o uruguaio Fernando Muslera, o goleiro brasileiro Alisson, o bicampeão argentino invicto Goycochea, que virou herói da Argentina, além de goleiros que estão em uma seleta galeria de arqueiros que foram campeões sem sofrer gols na Copa América ou mesmo que foram campeões continentais.

Ao longo de suas várias edições e história, a Copa América testemunhou alguns dos maiores talentos no papel crucial de goleiro, uma das posições mais exigidas e “cruéis” do futebol. Uma posição que pode levar o atleta da glória ao fracasso total ao longo dos 90 minutos. 

Estes guardiões das traves não apenas se destacaram pela habilidade de evitar gols adversários, mas também deixaram sua marca na história da competição, muitas vezes acumulando impressionantes estatísticas de defesas ao longo do torneio, contribuindo de forma decisiva para ajudar as suas respectivas seleções nacionais. 

Neste ano de 2024, a competição continental retorna aos Estados Unidos, prometendo mais momentos de glória e suspense para os adeptos do futebol sul-americano. Vamos explorar os goleiros que se destacaram ao acumular as defesas mais notáveis na história da Copa América, personificando a arte e a importância de proteger a meta de suas equipes em um dos torneios mais prestigiados do futebol sul-americano.

Mas mais do que isso, vamos destacar alguns personagens históricos que em muitos casos não conseguiram conquistar a competição, mas mesmo assim deixaram seus nomes marcados para sempre na memória e no coração dos torcedores e apaixonados pelo futebol na América do Sul.

Dentre os goleiros menos vazados da Copa América na história, alguns atletas conseguiram se destacar de tal forma, que não apenas foram os goleiros menos vazados da competição continental, mas também foram campeões continentais invictos, sem sofrer um único gol sequer ao longo de toda competição. 

Para se ter ideia deste feito, ao longo de toda história da Copa América, até mesmo quando ela não tinha essa nomenclatura, apenas três goleiros conseguiram ser campeões sem sofrer gols. O primeiro da lista foi Cayetano Saporiti, pela seleção do Uruguai, aos 30 anos de idade, em 1917.

Apenas quatro anos depois, Americo “La Gloria” Tesoriere, com 22 anos de idade, repetiu o feito e foi campeão continental pela Argentina sem sofrer um único gol. Já em 2001, o colombiano Óscar Córdoba venceu a Copa América com a Colômbia sem sofrer gols nas seis partidas disputadas, aos 31 anos de idade. 

Mais recentemente, o goleiro brasileiro Alisson, do Liverpool (ING), na Copa América de 2019, disputada no Brasil pela quinta vez em sua história até então, teve a oportunidade de se tornar o quarto goleiro a conquistar o título sem sofrer gols. 

Mas ele acabou sofrendo o gol de Paolo Guerrero de pênalti, na derrota peruana por 3x1 que garantiu aos jogadores brasileiros o nono título da Copa América até então na história brasileira. 

Se não tivesse sofrido o tento na final da competição, Alisson se tornaria também o segundo goleiro mais jovem sendo campeão da competição sem sofrer gols. De qualquer forma, o arqueiro brasileiro entrou para a história conquistando o título e ainda coroado com a premiação da Luva de Ouro, troféu de melhor goleiro da competição continental. 

E dentre os goleiros menos vazados na Copa América não podemos deixar de citar o lendário Taffarel. Em 1989 na Copa América no Brasil ele também sofreu apenas um gol em seis partidas, entrando na seleta lista de campeões dentre os goleiros com mais defesas na Copa América.

Dentre os principais goleiros que já jogaram a Copa América, jogadores lendários e históricos que permanecem até hoje no imaginário e no coração dos torcedores, marcados por momentos memoráveis na disputa da Copa América, mesmo alguns deles nunca chegando a conquistar o título de campeão continental. 

Já entre os principais goleiros sul-americanos, é impossível deixar de citar o lendário colombiano René Higuita, o primeiro goleiro a marcar um gol em uma edição da Copa América. Em 1989, na Copa América no Brasil, ele marcou em jogo que os colombianos venceram a Venezuela por 4 a 2. 

O paraguaio José Luis Chilavert entrou em seleta lista da seleção com os melhores jogadores de todos os tempos da Copa América, um goleiro-artilheiro histórico que marcou época. Ele também entrou na galeria de goleiros que marcaram gol em disputa de Copa América, em 1997 no empate entre Paraguai 1 x 1 Argentina, marcando de pênalti. 

Chilavert foi considerado o melhor goleiro do mundo nos anos de 1995, 1997 e 1998. Dentre os principais goleiros da Copa América de todos os tempos, impossível deixar de citar os bicampeões:

Claudio Bravo entrou para a história ao participar de seis edições da Copa América, vencendo duas delas. Ele é o décimo jogador com mais partidas disputadas na história do torneio, com 25 partidas e somente 30 gols sofridos, sendo que em nove destes confrontos ele ficou sem sofrer gols. 

Ele foi o herói dos títulos chilenos nas edições de 2015 e 2016 da Copa América, marcando o seu nome eternamente na competição continental como um dos maiores goleiros da história do torneio.

Já Goycochea é um dos goleiros históricos do futebol argentino. Pela seleção, ele conquistou as taças da Copa América de 91, 93, a Copa Kirin de 92 bem como a Copa das Confederações de 1992. 

Sua presença foi vital nas conquistas consecutivas da Argentina nas edições de 1991 e 1993 do torneio. Durante esses anos memoráveis, Goycochea personificou a calma sob pressão e a determinação implacável, fornecendo atuações decisivas que catapultaram sua equipe para o sucesso.

Sua habilidade de se destacar nos momentos cruciais não apenas garantiu títulos para a Argentina, mas também solidificou seu legado como um dos melhores goleiros de sua geração. 

O brasileiro Dida, campeão da Copa América de 1999 também merece destaque, assim como o ex-goleiro Marcos, o atual goleiro do Fluminense Fábio e o ex-goleiro Júlio César, arqueiros brasileiros que também foram campeões da Copa América com a seleção. 

O lendário goleiro Barbosa também merece estar na lista dos goleiros com mais defesas na Copa América. Ele foi campeão da Copa América 1949, um ano antes da tragédia na Copa do Mundo de 1950, no Brasil. 

Moacir Barbosa Nascimento, ou simplesmente Barbosa, permanece como uma figura icônica e, por vezes, controversa na história do futebol brasileiro. Nascido em 27 de março de 1921, em Campinas, São Paulo, Barbosa deixou um legado marcante como goleiro da Seleção Brasileira durante um dos momentos mais emblemáticos do esporte nacional: a Copa do Mundo de 1950. 

No entanto, sua trajetória é frequentemente lembrada pelos torcedores pelo evento doloroso que ficou conhecido como "Maracanazo". Barbosa teve o fardo de estar entre os jogadores que sofreram o gol decisivo na final contra o Uruguai na Copa do Mundo de 1950, evento que resultou na derrota brasileira no lendário Estádio do Maracanã completamente lotado. 

Apesar de uma carreira distinta e de suas contribuições para o futebol brasileiro, Barbosa acabou sendo lembrado principalmente por esse momento trágico, refletindo a dura realidade da pressão e das expectativas no mundo do esporte, especialmente para os goleiros brasileiros.

Cláudio Taffarel é um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro e mundial, uma referência histórica. Ele é um dos goleiros menos vazados na história da Copa América e o goleiro que mais vezes vestiu a camisa lendária canarinho. 

Taffarel participou de cinco edições da Copa América com a seleção brasileira e foi campeão nas edições de 1989 e 1997. Em 1989, no Brasil, ele teve atuações decisivas para o título histórico brasileiro, inclusive na final contra o Uruguai. 

Nesta edição ele sofreu apenas um gol durante todo o torneio, se tornando um dos goleiros com mais defesas na Copa América, com um sistema defensivo fortíssimo.

Fernando Muslera é um goleiro com uma profunda conexão com a Copa América. Ele é o goleiro recordista em número de partidas disputadas consecutivamente em quatro edições seguidas de Copa América, com 17 jogos realizados pelo torneio continental defendendo a seleção uruguaia. 

Muslera participou de quatro edições da Copa América, sendo campeão continental em 2011, um dos destaques do título uruguaio. A consagração veio com atuações épicas, como nas quartas de final contra a Argentina, quando brilhou na disputa de pênaltis que classificou os uruguaios rumo ao título histórico. 

Um dos maiores goleiros da história no futebol sul-americano, ele também participou das edições de 2015 (eliminação nas quartas de final), fase de grupos na Copa América Centenário em 2016 e as quartas de final na Copa América 2019 no Brasil. Com 17 jogos disputados, ele é o jogador recordista em participações no torneio. 

Muslera participou de três Copas do Mundo: África do Sul 2010, Brasil 2014 e Rússia 2018. A histórica campanha da África do Sul que levou a seleção uruguaia até as semifinais é lembrada até hoje, o que lhe rendeu muito respeito e prestígio no futebol mundial.

O goleiro chileno Sergio Livingstone, considerado o melhor goleiro chileno de todos os tempos,  é outro recordista dentre os goleiros com mais defesas na Copa América. Desde 1953 ele possui o recorde de 34 partidas disputadas no torneio nas edições de 1941, 1942, 1945, 1947, 1949 e 1953. 

Na edição de 1942 Livingstone recebeu o prêmio de melhor jogador do torneio. Ele foi apontado como o nono melhor goleiro sul-americano do século XX, em votação realizada pela IFFHS.

Na Copa América de 2021 esse recorde foi igualado pelo seu compatriota e também goleiro chileno Claudio Bravo, alcançando também seis participações no torneio continental, participando das edições de 2004, 2007, 2011, 2015, 2016 e 2021, sendo bicampeão e decisivo nos títulos de 2015 e 2016, na Copa América Centenário. 

Dois goleiros lendários do futebol chileno que estão marcados para sempre na Copa América, assim como o lendário craque argentino Lionel Messi, que se jogar uma partida na Copa América 2024 nos EUA quebrará o recorde de Livingstone como o atleta com mais partidas disputadas na história do torneio, com 35 partidas. 

De qualquer forma, na final da edição de 2021 no Brasil Messi já igualou o recorde de Livingstone.

Dentre os goleiros com mais títulos de Copa América, atletas lendários que estão marcados para sempre na história da competição continental. 

Andrés Mazalli é considerado um dos maiores goleiros sul-americanos de todos os tempos. Ele foi campeão pelo Uruguai no antigo Campeonato Sul-Americano de Futebol, nas edições de 1923,1924 e 1926, além do bicampeonato olímpico. Ele faz parte da chamada “Celeste Olímpica”, uma geração lendária do Uruguai. 

Taffarel, bicampeão pela seleção brasileira, o bicampeão argentino invicto Goycochea pela seleção argentina e o bicampeão chileno Claudio Bravo são os outros goleiros com mais títulos de Copa América, com duas conquistas cada um. 

Confira abaixo a relação dos goleiros com mais títulos de Copa América:

Alguns goleiros históricos tiveram a oportunidade de disputar edições da Copa América, mas por diversas razões não conseguiram conquistar o torneio, uma frustração que tiveram que carregar ao longo de toda a sua trajetória no futebol. 

José Luis Chilavert talvez seja um dos casos mais emblemáticos. Histórico goleiro-artilheiro do futebol, disputou as edições de 1991, 1993 e 1997, tendo ao menos marcado um gol de pênalti em partida contra a Argentina. 

Mesmo sendo símbolo do futebol paraguaio nos anos 90, ele nunca conquistou a Copa América, tendo ainda o infortúnio de ter sido eliminado ainda na primeira fase em uma de suas participações. 

O lendário goleiro e ex-treinador Emerson Leão é outro atleta entre os históricos goleiros brasileiros que nunca venceram a Copa América. Ele até chegou a decisão da competição, mas após uma derrota de dois a zero no primeiro jogo a seleção brasileira precisava reverter o resultado na finalíssima para ser campeã. 

No dia 4 de novembro de 1983, no estádio da Fonte Nova, em Salvador, a seleção canarinho não foi bem e apenas empatou em 1x1 com o Uruguai, campeão desta edição.

Dentre os jovens destaques da Copa América ao longo de todos os anos, alguns destaques do futebol mundial e jovens promessas que se consolidaram como goleiros de ponta. 

O colombiano René Higuita, com apenas 20 anos de idade, despontou para o futebol mundial na Copa América de 1987 na Argentina, que acabou consagrando o Uruguai como campeão ao vencer o Chile na decisão em Buenos Aires. 

Mais do que um dos goleiros mais jovens a disputar a Copa América, Higuita revolucionou a função de goleiro, trabalhando bem tecnicamente com os pés, como uma espécie de líbero e dessa maneira auxiliando na saída de bola. Uma prévia do início da época dos goleiros técnicos com a bola nos pés. 

O goleiro venezuelano Wuilker Faríñez também é outro destaque quando pensamos nos goleiros mais jovens a jogar uma edição da Copa América. Aos 17 anos, depois de ter disputado o Sul-Americano Sub-17 no Paraguai ele foi convocado para ser parte da seleção que disputou a Copa América no Chile em 2015. 

Ele foi o terceiro goleiro da seleção venezuelana eliminada ainda na fase de grupos. Na Copa América Centenário 2016, nos EUA, Faríñez voltou a ser convocado pela seleção venezuelana, agora com a lenda Rafael Dudamel como diretor técnico da seleção “vinotinto”.

Ele também não disputou nenhum minuto na boa campanha venezuelana, eliminada pela Argentina nas quartas de final. 

Com apenas 21 anos de idade e já consolidado, Wuilker Faríñez assumiu a titularidade da seleção venezuelana na Copa América 2021 disputada no Brasil em plena pandemia, disputando a sua terceira Copa América em tão pouco tempo.

Dentre os goleiros sul-americanos, alguns deles se destacaram de tal forma que são considerados lendas da Copa América. 

O goleiro chileno Claudio Bravo certamente é um deles. Dentre os goleiros com mais defesas na Copa América, ele se superou de tal forma que conquistou não apenas o bicampeonato continental nas edições de 2015 e 16, como foi decisivo para levar o Chile à glória. 

São seis participações em Copa América, igualando o recorde de participações no torneio com o seu compatriota e lendário arqueiro Sergio Livingstone, um dos principais goleiros sul-americanos de todos os tempos. 

Apelidado pelos seus companheiros de “Capitão América”, Claudio Bravo se tornou o jogador de futebol mais velho a disputar o tradicional torneio continental na edição de 2021 no Brasil, então com 38 anos de idade. Bravo deixou a sua marca nos corações dos torcedores chilenos e sul americanos como um dos maiores goleiros da história da competição. 

Sempre competindo em alto nível, Bravo atua pelo Real Bétis, da Espanha, e tem contrato até o meio do ano de 2024. 

Nascido em Viluco, na Região Metropolitana do Chile, Bravo foi protagonista no bicampeonato histórico chileno, além de atingir recordes históricos em número de participações, recordista como goleiro mais velho a jogar uma Copa América e acima de tudo uma referência de atleta vencedor no futebol chileno. 

Um dos goleiros menos vazados na história da Copa América e um dos mais vencedores, presente na recordação dos chilenos eternamente. Capacidade, experiência, liderança e defesas históricas marcam a trajetória de Cláudio Bravo como um dos maiores de sempre nessa que é uma das principais competições futebolísticas do continente sul-americano.